sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ESTUDO DO FENÓMENO DA COMUNICAÇÃO
PERSPECTIVA HISTÓRICA DA EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO/EDUCAÇÃO (JEAN CLOUTIER)


Segundo Jean Cloutier a comunicação é um processo que obedece a determinadas funções de informação, educação, animação e distracção. Ao longo da evolução da comunicação entende-se a história da educação e de como esta última adaptou os meios de comunicação no acto de ensino/aprendizagem. O autor considerou quatro fases:


* Comunicação interpessoal
* Comunicação de elite
* Comunicação de massa
* Comunicação individual


Na primeira fase, a comunicação surge com o Homo Sapiens, quando este usava o seu próprio corpo para se exprimir através de gestos e da palavra. Nasce assim a chamada cultura oral em que o registo baseia-se apenas na memória. Esta comunicação era limitada ao espaço e ao tempo, uma vez que não havia como difundi-la. Neste sentido, criaram-se os mensageiros, que transmitiam a mensagem através da palavra.
Nesta fase, denominada de comunicação interpessoal, a comunicação ocorria num contacto de aprendizagem familiar, onde os ensinamentos eram processados de pai para filho, do mais velho para o mais novo com a finalidade única de alcançar uma identidade comunitária.


Na opinião de Jean Cloutier, a comunicação de elite é a fase das linguagens de transposição, pois encontram-se o desenho, o ritmo, a música e, principalmente, a escrita fonética. Esta última origina a linguagem sriptovisual, que é uma mistura da componente da escrita manuscrita com muita informação visual. A partir desse momento, a comunicação passa a poder efectuar-se à distância, visto que as mensagens passam a ser escritas em papiro ou pergaminho e mais tarde em papel, permitindo construir novas bibliotecas, para além da das cavernas. No entanto, para tal acontecer foi necessário formar uma elite que dominasse este tipo de processos, surgindo deste modo a comunicação de elite e consequentemente as desigualdades. Assim sendo, o ensino que se processava de pai para filho transformara-se em assunto de especialistas.
Nesta fase, a escola aparece e reflecte a divisão social em que, de um lado, temos o mestre possuidor de sabedoria e, do outro, o aluno que não sabe nada.


A terceira fase da comunicação designada por comunicação de massa emerge, segundo Jean Cloutier, com a aparição dos mass media. Com a invenção da imprensa (tipografia, telefone, rádio e cinema), a escrita, a imagem e o som ganham divulgação junto das massas populares. Surge, assim, a denominada escola paralela, uma vez que a informação, através destes novos meios de comunicação, é transmitida para toda a sociedade.


Com a evolução da tecnologia, surge a comunicação individual, designada por Cloutier como os media individuais ou self-media. Esta comunicação torna acessível a todos a gravação de sons e imagens. Com o alcance destes meios, o homem pode ser simultaneamente emissor e receptor, originando desta forma uma comunicação individual. Esta fase é, de certa forma, simultânea à comunicação de massas, uma vez que são utilizados os seguintes media: fotografia, equipamentos de gravação de som e imagem, reprografia, computador e Internet.
Na educação, o professor já não é o único que transmite a informação, visto que o aluno passa a ter um papel mais preponderante nas suas aprendizagens, uma vez que informa e se informa.

3 comentários:

  1. Colega Joséfia,
    Gostei imenso do teu comentário, visto que conseguiste apresentar exemplos de cada um dos níveis de comunicação.
    Só uma pergunta:achas que o aluno tem autonomia suficiente, pelo menos no início, para se "auto-informar"?
    Virgínia

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  2. Josélia,
    obrigado pelo seu post. Já agora gostava de ver respondida a questão da Virgínia.

    PPM

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  3. Olá Virgínia!

    Relativamente à tua questão e tendo em conta a curta experiência que tenho nos 1º e 2º Ciclos penso que o aluno não tem autonomia suficiente para se auto-informar devido à sua tenra idade. A meu ver, ele necessita sempre de orientação por parte do professor de forma a compreender na íntegra as informações que lhe são fornecidas e consequentemente transmitir correctamente, quer oralmente, quer por escrito os seus conhecimentos.

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