quarta-feira, 4 de março de 2009

Modelos de Comunicação de Massas

Modelos de Base Linear

No que concerne o modelo de base linear, o cientista Lasswell é um dos autores mais representativos desta corrente, uma vez que influenciou os estudos relacionados com o fenómeno da comunicação. Este apresenta a comunicação como a transmissão de mensagens entre dois pontos (emissor e receptor) e num único sentido. Em 1948, Lasswel considera que uma forma adequada para se descrever um acto de comunicação consiste em responder às seguintes questões:

• Quem? (Emissor), Diz o quê? (Mensagem), Por que canal? (Meio), A quem? (Receptor), Com que efeito? (Efeito).

Este esquema tem como objectivo estabelecer a análise dos processos de comunicação de massa .
Praticamente ao mesmo tempo que Lasswel, surge o modelo de Shannon e Weaver em 1949, sendo também como que um exemplo para outros modelos comunicativos.
Este modelo foi concebido, como modelo matemático, para permitir a transmissão de um conjunto de informações quantificáveis de um lugar para outro.

Origem; Transmissor; Mensagem; Sinal; Canal; Sinal; Receptor; Mensagem; Destino

Este esquema, de seis elementos, descreve a comunicação como um processo linear e unidireccional.


Modelos de Base Cibernética

Os modelos cibernéticos integram o feedback e a retroacção como elementos reguladores da circularidade da informação. Norber Wiener, autor deste modelo, considera a base cibernética como uma área interdisciplinar que abrange “todo o campo da teoria do controlo e comunicação, na máquina ou no animal”.
Relativamente aos modelos de comunicação interpessoal verifica-se que estes se inspiram nos modelos de base cibernética, uma vez que a interacção é face-a-face.
Por sua vez, o modelo de comunicação interpessoal de Schramm dá uma nova dimensão aos modelos lineares, com o alargamento das noções de codificação e descodificação. O processo de comunicação é interminável, não se sabe onde começa nem quando acaba a corrente de informação.

No modelo circular de Jean Cloutier, a sua popularidade é atingida através da sua obra "A Era de EMEREC", onde o "homo communicans" se encontra alternadamente em cada um dos pólos de comunicação e, até mesmo, em ambos os pólos simultaneamente. O processo de comunicação não é linear, mas sim concêntrico, uma vez que o seu ponto de partida é sempre o seu ponto de chegada.

- EMEREC personifica o carácter de emissor e receptor de cada pessoa.
- A LINGUAGEM E A MENSAGEM são duas noções indissociáveis, pois é a linguagem que permite incarnar a mensagem.
- O MEDIUM é o intermediário que permite transpor as mensagens no espaço e no tempo.



Modelos da Comunicação de Massas

O modelo de comunicação de massas encontra-se incluído nos modelos de base cibernética, visto que os meios de comunicação vão buscar a sua inspiração aos princípios da retroacção.

O modelo da comunicação de massas de Shramm assenta essencialmente no seu modelo base, que também deu origem a um modelo de comunicação interpessoal. Porém, verificam-se algumas alterações, na medida que o emissor ou a fonte é colectivo. Ou seja, são ao mesmo tempo, o organismo, por exemplo um jornal, e os mediadores que dele fazem parte, tendo em conta sempre o feedback ou a retroacção.
As mensagens transmitidas são múltiplas, mas idênticas, ampliando-se a mensagem original que é dirigida para um grande número de receptores, em que cada indivíduo a irá descodificar, interpretar e reagir.


Modelos Culturais/Culturológicos/Socioculturais

Os esquemas culturulógicos focam a sua atenção na análise da cultura de massa e no processo dialéctico que se estabelece entre o criador-produtor-consumidor, bem como analisar o papel dos mass media no processo da sociodinâmica da cultura. Os principais nomes desta corrente são Edgar Morin e Abraham Moles.
Segundo Edgar Morin, o objecto de análise da cultura de massa está estreitamente ligado à sua natureza de produto industrial e ao seu ritmo de consumo quotidiano, ou seja, a cultura de massa é o produto de um processo dialéctico entre criação-produção-consumo, no qual a produção assume uma posição de charneira.


Abraham Moles procura unificar os campos da cultura e os meios de comunicação de massa através de um enfoque cibernético. Ao contrário de Morin, o autor afirma que todo o fenómeno da cultura está baseado numa sociodinâmica cujos canais são os meios de comunicação, considerando a cultura como um ciclo sociocultural cujo centro é a estrutura da comunicação de massa.
O esquema por si apresentado é constituído por quatro elementos: o macro-meio, o micro-meio, o criador e os mass media. O indivíduo criador exerce a sua acção produzindo ideias ou novas criações que se incorporam na cultura de massa passando por duas etapas, o macro-meio e o micro-meio. O cariz cibernético do esquema de Moles resulta da retroacção constante entre os seus quatro elementos fundamentais.

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